Olá viajante! Vamos falar da segunda melhor coisa da vida, depois de viajar: comer! E se for, comer chocolate…. hummmm, fica mais sensacional ainda, hein?
Sabemos que a Suíça é o berço da fama e da popularização do chocolate no mundo, mas você sabia que em média, cada suíço come 10 kg de chocolate por ano? Uau!
Vamos combinar que, se viajar já é bom, viajar comendo chocolate é bom demais. Mas e aí, você já parou pra pensar porque o chocolate suíço é tão famoso? Será que ele é tão bom assim?
Vem comigo que eu vou te contar tudo sobre essa delícia e aproveita e já esqueça sua dieta em casa.
Breve história do chocolate
A gente pode começar nossa história aqui falando que, embora a Suíça seja a bam bam bam do chocolate, precisamos lembrar que simplesmente não há produção de cacau na Europa… então, como assim? 🤷♀️Leia mais aqui sobre a fama do Chocolate Suíço e você vai entender melhor o estamos falando.
Sim, é isso mesmo. O cacau é típico do clima tropical. Os astecas faziam uma espécie de chocolate quente, e apesar do cacau ter sido levado para a Europa em 1528, o chocolate entrou na moda quando a princesa chocólatra espanhola Anna se casou com o rei da França Luís XIII, levanto o chocolate para a corte de Versalhes.
Ao longo do tempo o chocolate foi se popularizando mais e mais na Europa, e novas receitas foram sendo criadas. O que nos leva para a Suíça do século XIX, quando François-Louis Cailler, após ter aprendido bastante sobre o ingrediente na Itália, criou a primeira fábrica de chocolate. O resto é, literalmente, história, e muito, muito chocolate!
As grandes marcas suíças
É interessante ver como as grandes marcas criaram novas receitas. A Cailler foi a responsável por industrializar a produção de chocolate. E, como se já não bastasse isso, o genro de Cailler, Daniel Peter, foi o primeiro a misturar o chocolate com leite, junto com um amigo que você talvez o conheça, chamado Nestlé.
Inclusive, se você é um daqueles hereges que preferem o chocolate branco, saiba que foi a Nestlé que inventou a Milkybar, a primeira barra de chocolate branco do mundo.
Nós não teríamos o chocolate ao leite se não fosse também por Robert Lindt, que inventou um método de mistura de ingredientes, chamado conchagem, que aumenta a cremosidade. Sabe aquele chocolate que derrete na boca? É tudo culpa dele!
Falando nele… que tal conhecer o Museu da Lindt na Alemanha também?
Qual o melhor chocolate Suíço?
Bom, tudo depende de gosto… porque, a competição é bem acirrada.
As marcas mais conhecidas são justamente as pioneiras, como a Cailler, a Frey e claro, a Lindt. Uma menção honrosa aqui pro Toblerone, que mistura chocolate, leite, amêndoas e mel na icônica barra triangular – dizem que ela foi inspirada pelo Monte Cervino, a montanha mais famosa dos Alpes – será?
A Sprüngli, a Läderach, e a Durig são considerados de primeira linha, assim como os chocolates caseiros. Outra curiosidade é que os suíços gostam muito mais de chocolate ao leite: cerca de 70% do chocolate consumido na Suíça é ao leite!
As fábricas de Chocolate Suíço
Já que estamos falando de provar diferentes tipos de chocolates, vamos falar sobre as degustações. Ir a Suíça e não visitar, pelo menos, uma fábrica de chocolate é um pecado maior que a gula!
Uma das experiências mais completas é visitar a Camille Bloch, em Courtelary, mais ou menos uma hora de carro de Berna. O tour pelo museu que conta a história da família Bloch vai te render alguns pedaços de chocolates como o Torino e o Ragusa.
Assim como outras fábricas da Suíça, como a da Lindt em Zurique e a Mason Cailler, em Broc, a Camille Bloch também oferece cursos para fazer chocolates. E já que mencionei a Mason Cailler, uma das atrações mais legais de lá é o trem do chocolate que leva os visitantes para a Maison du Gruyère, onde são fabricados os queijos da marca.
Ou seja, é um passeio dois em um: além do chocolate você vai experimentar um dos mais famosos queijos suíços. Já podemos marcar nossa viagem para o mês que vem?
Chocolate Belga ou Suíço?
Toda essa discussão sobre marcas nos leva a outro tópico: afinal, qual é o melhor, o chocolate belga ou o suíço?
Em geral é o seguinte: os suíços amam chocolate ao leite, e produzem os chocolates mais cremosos. E, se você for fã do chocolate amargo, as marcas belgas provavelmente vão te agradar mais.
Os belgas costumam usar uma porcentagem maior de cacau em suas receitas, o que deixa o gosto mais forte. E, embora seja indiscutível que a Suíça é a pioneira na indústria do chocolate, foram os belgas que inventaram as trufas e os pralinès, bombons recheados com amêndoas. O Sonho de Valsa, por exemplo, é um tipo de bombom pralinè, embora seja brasileiro.
O chocolate mais caro do mundo
É claro que, em um país que produz tanto chocolate, têm várias opções acessíveis… mas para os paladares mais refinados temos o Delafée. Ele é feito de cacau, açúcar, óleo de coco, manteiga de cacau, leite, baunilha, cobertos e… Ouro.
Sim, ouro! É, literalmente, uma jóia do chocolate: os bombons são cobertos por pó de ouro 24 quilates comestível. Uma caixinha com oito bombons cobertos de ouro, no loja on-line custa a bagatela de CHF$150 , que dá em torno de R$870.
Mas aí vem um plot twist: acredite se quiser, o Delafée é apenas o terceiro chocolate mais caro do mundo. O primeiro lugar pertence aos Estados Unidos: o La Madeline au Truffe é produzido, sob demanda, pela Knipschildt Chocolatier, e um bombom de 42g custa U$250 (R$1300).
Ou seja, os Suíços e os Belgas são bons e caros, mas os Americanos se superam… se quiser gastar dinheiro comendo chocolate, os USA será o lugar ideal.
O bom dessa competição entre as marcas de chocolate é que, no final das contas, nós que escolhemos a vencedora. E para isso, infelizmente teremos que provar vários… Apesar de concordarmos que a melhor fábrica de chocolate do mundo é, sem dúvidas, a do Willy Wonka.
Os suíços que nos desculpem, mas não tem como ganhar dos oompa-loompa.
E aí, agora que você terminou essa leitura… que tal fazer um brigadeiro pra já ir sonhando com sua viagem a Suíça?! Obrigada pela leitura e até a próxima!